Quem está pensando em vender um imóvel precisa considerar um fator que vai muito além da localização ou do estado de conservação: a situação jurídica do bem. Um imóvel regularizado pode valer significativamente mais do que um imóvel em situação irregular, além de oferecer mais segurança para todas as partes envolvidas na negociação.
Neste artigo, você vai entender o que diferencia um imóvel regularizado de um irregular e como isso impacta diretamente no valor de venda e na facilidade de concretizar o negócio.
O que é um imóvel regularizado?
Um imóvel é considerado regularizado quando:
- Possui matrícula registrada e atualizada no cartório de registro de imóveis
- Está com a escritura devidamente lavrada
- Apresenta averbações corretas de reformas, construções ou inventários, se for o caso
- Está com as obrigações fiscais em dia, como IPTU e ITBI
- Cumpre as normas urbanísticas da prefeitura local
Esse tipo de imóvel pode ser vendido, financiado, doado ou herdado sem impedimentos jurídicos, o que facilita todas as transações e proporciona maior segurança patrimonial.
E o que caracteriza um imóvel irregular?
Imóveis irregulares, por outro lado, apresentam algum tipo de pendência ou informalidade que impede sua plena utilização jurídica. Entre os exemplos mais comuns estão:
- Contrato de compra e venda sem registro no cartório
- Matrícula desatualizada ou em nome de pessoa falecida
- Construções sem averbação
- Débitos fiscais em aberto
- Ausência de documentação técnica exigida pelos órgãos municipais
Essa situação tende a dificultar a venda, travar financiamentos e gerar insegurança para quem compra.
Como a regularização afeta o valor de venda?
Um imóvel regularizado é percebido como um bem confiável, apto a ser financiado por instituições bancárias e pronto para transferência imediata. Isso aumenta o leque de compradores interessados e eleva o seu valor de mercado.
Imóveis irregulares, por outro lado, acabam sendo vistos como arriscados. O comprador, ao perceber que terá de arcar com futuras regularizações ou enfrentar inseguranças jurídicas, tende a oferecer menos. A diferença de preço pode chegar a 15%, 20% ou até mais, dependendo do grau de irregularidade e do tempo necessário para resolver as pendências.
Além disso, imóveis irregulares demoram mais tempo para serem vendidos. A falta de liquidez obriga o proprietário a reduzir o preço para atrair interessados, o que compromete o retorno financeiro da venda.
O papel do financiamento na valorização
Um dos principais efeitos práticos da regularização é a possibilidade de o imóvel ser financiado. A maioria dos compradores hoje depende de crédito imobiliário para adquirir um bem, e os bancos só liberam financiamento para imóveis com documentação completa. Quando o imóvel está irregular, ele automaticamente perde acesso a esse público.
Isso significa que, mesmo que o valor pedido seja justo, a limitação nas formas de pagamento reduz drasticamente as chances de venda. E, na prática, imóveis que não podem ser financiados acabam sendo vendidos por preços bem abaixo do mercado.
Exemplo comparativo
Imagine dois imóveis semelhantes, na mesma rua e com o mesmo padrão construtivo. Um deles está com a documentação em dia. O outro tem uma matrícula desatualizada, sem averbação da construção e com pendência de IPTU.
O imóvel regularizado pode ser vendido por R$ 450 mil com facilidade. Já o irregular talvez só receba propostas na faixa de R$ 370 mil, e mesmo assim, com exigências por parte do comprador para compensar o risco. Esse tipo de diferença é mais comum do que parece e reflete a importância da regularização.
Um patrimônio valorizado começa com papelada em ordem
A documentação de um imóvel não é apenas uma formalidade. Ela representa segurança, liquidez e valorização. Quem deseja vender um imóvel ou deixá-lo como herança para familiares deve considerar a regularização como uma etapa estratégica do planejamento patrimonial.
O tema exige atenção a detalhes técnicos, legislação específica e prazos que, muitas vezes, não são do conhecimento geral. Buscar orientação profissional de confiança pode evitar prejuízos e tornar o processo mais eficiente e tranquilo.
No fim das contas, a diferença entre um bom negócio e um problema futuro muitas vezes está no cartório. E entender isso a tempo pode ser o primeiro passo para proteger,e valorizar, aquilo que foi construído com tanto esforço.
